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segunda-feira, 16 de julho de 2012

COLORI É ROUBADO ANTE O PEÑAROL. QUE BELEZA ÉTICA HEIN?


“Assim, (…) chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada.  Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana”. 
(Mikhail Bakunin (1814 – 1876, pensador russo)
Não, não se trata de uma ode ao livre pensamento, afinal, o futebol talvez seja a única arte que reúna tão irônica e sincronicamente a civilização e a barbárie.
Ontem, visitamos pela primeira vez o “ex-visitante” Peñarol. Destroçados e com espírito “baixo”, nossos espartanos e a sua imensa e imaginária torcida esperava sofrer mais um massacre, contudo, não foi bem o que vimos...
Com goleiro estreante e sem experiência e ainda desfalcado do presente Diko; dos goleiros Beá e Ney; do leão Neném; do prodígio Wallison e ainda de tantos outros; coube aos que lá estavam, dar dignidade às cores do clube. Pois bem...
O discurso preliminar (Peñarol) foi maravilhoso. A retórica inusitada a respeito dos incontáveis “causos” de mandantes nos aproximou de casa, com casos em Itaquera e etc... E o animador “como sempre fomos roubados, aqui, jamais o faríamos” durou até o fim do primeiro tempo do 2º quadro.
Ao trocar o “juiz”, o que era para ser futebol tornou-se tragédia... Gol mal anulado, pênalti não marcado, distribuição de cartões amarelos só para jogadores do Colori e o fatídico gol com a mão, trouxe à tona a essência humana. Uma vez oprimido, quando possível, opressor.
A omissão me espantou, assim como espantou uma possível “equipe co-irmã”, afinal, se tornou um espelho quebrado. A invencibilidade de longos meses ontem, só não foi quebrada pelo claro apito amigo, aliás, amigo seria bondade deste pobre e humilde que vos escreve, foi apito-irmão, pai, mãe...
Quando me perguntarem se tenho medo da morte, direi que tenho sim; da morte, e do apito do “garoto” que ajudou o Peñarol.
E que time hein? Um dos melhores que vimos...
Isso após duas grandes “chapoletadas”  de 112 (derrota por 8x1) e Primus (derrota por 5x2).
Por fim, quero destacar o último diálogo entre mim e o “árbitro”:
Sócrates: - Garoto, você gosta de futebol ou pega esse apito somente para ajudar o time da casa?
Árbitro: - Não. Eu gosto de UFC e hoje, vocês estão apanhando...
O único detalhe que vale destacar: No MMA, vence quem bate, exatamente o que ocorreu. Hoje, nosso meia Fernando está no hospital com uma das costelas trincadas. Nosso atacante Leandro, autor de três gols, teve a canela rasgada e nosso valente Bié, levou três socos no rosto em lances “avulsos”.
Quero ainda parabenizar os meus guerreiros.  Sabemos o quão gostoso foi vencer os dois quadros do Peñarol, se esquecêssemos do juiz.
O placar não será recusado na Liga, afinal, eles devem realmente precisar desses pontos.

DJ Maluco, Deco, Murilo, Cafu, Có, André, Fernando, Amaral, Tubinho, Paulinho, Bié, Leandro, Aranha, Celo, recebam os parabéns de quem orientou, torceu, vibrou e lamentou por demais, a desonestidade do outrem.
Segundos após a derrota, a sensação de dever cumprido se resumiu na homogênea sensação de que o Colori NÃO VAI ACABAR.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?
(profeta Jeremias, 17.9)

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