“Assim, (…) chega-se ao mesmo resultado execrável: o
governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria
privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de
operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais
representarão o povo mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem
duvida disso não conhece a natureza humana”.
(Mikhail Bakunin (1814 – 1876, pensador russo)
(Mikhail Bakunin (1814 – 1876, pensador russo)
Não, não
se trata de uma ode ao livre pensamento, afinal, o futebol talvez seja a única
arte que reúna tão irônica e sincronicamente a civilização e a barbárie.
Ontem,
visitamos pela primeira vez o “ex-visitante” Peñarol. Destroçados e com espírito
“baixo”, nossos espartanos e a sua imensa e imaginária torcida esperava sofrer
mais um massacre, contudo, não foi bem o que vimos...
Com
goleiro estreante e sem experiência e ainda desfalcado do presente Diko; dos
goleiros Beá e Ney; do leão Neném; do prodígio Wallison e ainda de tantos
outros; coube aos que lá estavam, dar dignidade às cores do clube. Pois bem...
O
discurso preliminar (Peñarol) foi maravilhoso. A retórica
inusitada a respeito dos incontáveis “causos” de mandantes nos aproximou de
casa, com casos em Itaquera e etc... E o animador “como sempre fomos roubados,
aqui, jamais o faríamos” durou até o fim do primeiro tempo do 2º quadro.
Ao
trocar o “juiz”, o que era para ser futebol tornou-se tragédia... Gol mal
anulado, pênalti não marcado, distribuição de cartões amarelos só para
jogadores do Colori e o fatídico gol com a mão, trouxe à tona a essência humana.
Uma vez oprimido, quando possível, opressor.
A omissão me espantou, assim como espantou uma possível “equipe co-irmã”,
afinal, se tornou um espelho quebrado. A invencibilidade de longos meses ontem,
só não foi quebrada pelo claro apito amigo, aliás, amigo seria bondade deste
pobre e humilde que vos escreve, foi apito-irmão, pai, mãe...
Quando
me perguntarem se tenho medo da morte, direi que tenho sim; da morte, e do
apito do “garoto” que ajudou o Peñarol.
E que
time hein? Um dos melhores que vimos...
Isso após
duas grandes “chapoletadas” de 112
(derrota por 8x1) e Primus (derrota por 5x2).
Por
fim, quero destacar o último diálogo entre mim e o “árbitro”:
Sócrates:
- Garoto, você gosta de futebol ou pega esse apito somente para ajudar o time
da casa?
Árbitro:
- Não. Eu gosto de UFC e hoje, vocês estão apanhando...
O único
detalhe que vale destacar: No MMA, vence quem bate, exatamente o que ocorreu.
Hoje, nosso meia Fernando está no hospital com uma das costelas trincadas.
Nosso atacante Leandro, autor de três gols, teve a canela rasgada e nosso valente
Bié, levou três socos no rosto em lances “avulsos”.
Quero
ainda parabenizar os meus guerreiros. Sabemos
o quão gostoso foi vencer os dois quadros do Peñarol, se esquecêssemos do juiz.
O
placar não será recusado na Liga, afinal, eles devem realmente precisar desses
pontos.
DJ
Maluco, Deco, Murilo, Cafu, Có, André, Fernando, Amaral, Tubinho, Paulinho, Bié,
Leandro, Aranha, Celo, recebam os parabéns de quem orientou, torceu, vibrou e
lamentou por demais, a desonestidade do outrem.
Segundos
após a derrota, a sensação de dever cumprido se resumiu na homogênea sensação
de que o Colori NÃO VAI ACABAR.
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas,
e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?
(profeta
Jeremias, 17.9)
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